Os textos de cada ambiente encontram-se na área baú de textos, o ícone para acesso é uma caneta de pena com um papel, basta clicar e o navegante entre na área de textos.
Mas vamos a apresentação do Paulicéia Scugliambada.
Retirada da fuligem do tempo, o projeto Paulicéia Scugliambada, nascido de um arremedo bem humorada com a Paulicéia Desvairada de Mário de Andrade, procura revelar aspectos da cidade abafados pelo sons das klaxons modernistas.
Paulicéia Scugliambada é um CD/ROM (no seu formato original) que busca abrir um leque panorâmico da cidade de São Paulo, nas primeiras décadas do século XX, em seus aspectos mais informais. A maior parte dos temas apresentados procura desconstruir e conduzir a navegação para este registro mais rasteiro da cidade, chulo, cantante, apaixonado e, muitas vezes, trágico, mas extremamente revelador do caráter urbano paulistano.
Navegando pelos ambientes o usuário nunca conseguirá achados rápidos. O material é frágil, cheio de reentrâncias. Todos os ambientes se abrem em inúmeras histórias singulares e com movimentos próprios, como a cidade que se revela aos poucos, de difícil compreensão, porém repleta de permeabilidade.
A Paulicéia Scugliambada vai do lento ao rápido, do mais antigo ao mais moderno e, sem desprezar a pressa e nem valorizar a lentidão, compõe esses vários ritmos que caracterizaram a formação urbana paulistana.
Os diversos temas que se apresentam a partir dos seis menus principais, penetram essas camadas mais profundas da cidade. Mostram que, para além da fuligem e do sempre novo que faz parte do “cartão postal” de São Paulo, existe uma vida pulsante, repleta de labirintos, cheia de pontos de ruptura e de conexões.
A cidade provinciana acata a velocidade, a loucura, o humor esculhambado dos poetas, reclama dos problemas do progresso e busca lentamente os lugares da memória. Tudo procura o diálogo entre tempo e espaço, o mais antigo e o mais moderno.
E nos estranhos e labirínticos códigos do mundo virtual, nos registros esculhambados e informais da cidade, de mundos aparentemente distintos, nos surpreendemos com uma cidade repleta de histórias.
Boa navegação!
Paula Janovitch